Quem somos

Além de terem participado ativamente da luta contra o Estado Novo, os jornalistas de São Paulo inscreveram sua entidade representativa em mais um momento significativo da luta contra o autoritarismo em outubro de 1975, quando São Paulo foi o cenário da primeira grande manifestação pública contra o regime militar, reunindo 5 mil pessoas na Praça da Sé, em frente à igreja matriz da cidade. Na ocasião, acontecia a missa de sétimo dia em memória de Vladimir Herzog, jornalista torturado e morto pela polícia política da ditadura militar.

Mais de mil jornalistas assinaram um anúncio, publicado na Folha de S.Paulo e em O Estado de S.Paulo, questionando a versão divulgada pela polícia e defendida pelos militares de que Herzog havia se suicidado na prisão, denunciando a censura e a falta de liberdade democrática no país.

Como lembrança desse momento glorioso de luta dos jornalistas de São Paulo, o Sindicato instituiu e realiza anualmente, junto com a FENAJ, a Arquidiocese de São Paulo, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo e a família Herzog, o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.

Os jornalistas de São Paulo e seu Sindicato foram, também, um dos responsáveis pela fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em um momento em que o sindicalismo era dominado pelos antigos “pelegos” e dirigentes que adotavam práticas anti-democráticas na direção de suas entidades, o que não favorecia a luta dos trabalhadores e a obtenção de conquistas diante da classe patronal e do regime autoritário.

Nas lutas específicas da categoria, o Sindicato foi responsável pela organização da greve histórica de 1961, totalmente vitoriosa, que conquistou o primeiro piso salarial para uma categoria profissional no país e a jornada de 5 horas. Em 1979, em pleno regime ditatorial, os jornalistas de São Paulo foram mais uma vez à greve.

Derrotada, depois de sete dias de paralisação, a categoria e o Sindicato viveram posteriormente um forte refluxo que reduziu drasticamente seu poder de fogo e do qual vem se recuperando lentamente, desde então.

Não se pode esquecer, no entanto, que a greve dos jornalistas, realizada em condições heróicas – uma categoria pequena, isolada e dividida, em plena ditadura militar -, foi importante para que os trabalhadores de São Paulo e do país conquistassem o reajuste semestral de salários, em um momento em que os índices inflacionários cresciam rapidamente.